MEU CREDO EPISTÊMICO
CREIO que Deus é a predicação primeira e última de toda existência, sendo o único Ser não-contingente e o único a vivenciar uma realidade não-criada;
CREIO que não obstante Deus ser infinitamente completo e auto-suficiente em sua essência, criou e sustenta nEle e sem confundir-se com Ele, uma realidade contingente e dEle necessitada para a existência;
CREIO também que Deus resolveu pactuar-se com esta criação sem anulação de sua transcendência ou redução de sua essência.
CREIO que Jesus, o Filho unigênito de Deus, é a única definição plena do Pai, comunicando à criação a essência de seu ser não-criado;
CREIO que o Filho é o único modo de estabelecer conexão entre a transcendência do Criador e imanência da criatura, sendo, portanto, o ponto focal no qual a predicação encontra significado para os significantes que a Ele se reportam, formando uma estrutura tripartite na linguagem interpretativa proposicional e verbalizante.
CREIO que o Espírito Santo de Deus é o conector epistêmico das verdades subsidiárias que emergem tacitamente do ser humano com os significantes do conhecimento focal que fluem dos elementos criados, estabelecendo, assim, o processo fiduciário que conduz ao verdadeiro conhecimento;
CREIO que a Bíblia é a Palavra de Deus, sendo dEle mensagem proposicional e fonte do verdadeiro conhecimento, elucidando verdades acerca do Criador e da criatura;
CREIO que o universo foi criado com o significado nele impingido pelo Criador, e que as diversas partes que compõem a realidade criada traduzem significantes do significado que é o Criador, o qual tem prazer em revelar-Se de forma geral/comum e específica/especial;
CREIO que o homem foi criado análogo ao Criador, vivenciando uma realidade que é éctipo do arquétipo só existente em Deus;
CREIO que o homem ousou – em determinado tempo e espaço por ele vivenciado – ser o significado de sua própria existência, esquecendo-se de sua contingência essencial, produzindo ídolos em seu coração, pecando e desviando-se do Criador;
CREIO que todo ser humano possui uma epistemologia inerente à sua constituição ontológica, que pressupõe suas experiências, ainda que distorcida pelos efeitos do pecado.
Só assim, eu creio.
Gilmar Araujo Gomes